quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Sempre uma criança


Por Arysa Souza

Ignorando todas as responsabilidades e coisas chatas que os adultos carregam, qualquer um diria na lata que ela é uma criança. E o principal: sabe sê-la. Não só pela bolsa de sapinho ou pelas vontades inusitadas de passar um sábado no parque. Não só pela pouca vaidade das crianças que só pensam exaustivamente em brincar ou pela escolha de um filme animado a um desses clichês que batem recorde de bilheteria.

Sim, a vida dela é um filme. E como a de todas as crianças, tem aqueles problemas que poderiam não existir e, aí sim, ela seria uma personagem do Scoob Doo. E ela seria a eterna e delicada Dafne, que na vida real leva um Ph, para não esquecer que, infelizmente, a vida é complicada, assim como o seu nome, que cansa em soletrar. “Daphne Carrera, com Ph de Pharmácia”, dizia sua mãe, na tentativa de explicar a existência daquelas letras estranhas, quando ela era de fato uma criança . Hoje, já viveu duas décadas que soam muito estranhas para quem tem a síndrome de Peter Pan e ainda sonha em ser criança pra sempre.

O esquecimento de que já é “adulta” é denunciado pelas roupas coloridas, pelo All Star azul ciano, pelo desenho da face singela e pelo sorriso espontâneo de quem ganhou um pirulito. Adora balas, mas sabe ser amarga. É o lado adulto entrando em cena. Às vezes, tem uma fala dura, diz o que pensa. Não, isso está longe da inocência e dos “foras” pueris da infância. O nariz empinado e a voz aguda demonstram, muitas vezes, a verdade absoluta na sua fala, e ai de quem discordar! A personalidade forte passa despercebida à primeira vista, quando se vê uma menina magrinha de pele amarelada, com um chanel bucólico, roupas confortáveis e orelhas sem argolhas. Mas talvez em um uma única conversa, a Daphne de 20 anos apareça de imediato. Ao falar, os lábios estremecidos delatam raiva ou amor, mas esteja certo de que é algo que ela fala com propriedade: “Por isso que eu prefiro cachorro a certas pessoas”. É apaixonada por qualquer raça canina e tem repulsa por algumas “espécies” de seres humanos. Troca qualquer amizade duvidosa por Lua e Pankeka, suas cadelas. Prefere uma lambida sincera no rosto a um parabéns daquela tia que só liga por obrigação. Ela seria a intercessão entre o adulto e a criança? Certamente, é mais criança do que adulto!

Daphne é uma guria que pensa como gente grande. Pode ser que sua inspiração venha de um de seus personagens prediletos: o Pequeno Príncipe. Há mais de 60 anos ele nasceu, mas sempre será uma criança que nunca apagará de suas linhas a explicação para alguns mistérios como este: “O essencial é invisível aos olhos".

4 comentários:

Aline Moita disse...

Adorei seu texto Arysa. Procurava incesantemente as palavras para descrever Daphine, e você acertou em cheio. Muito obrigada pelo elogio ao meu texto, mas tentei embarcar ao máximo na loucura de Helane. beijos

maria ísis disse...

arysa,

o texto foi bem leve e trouxe várias carcterísticas que já pude perceber no pouco tempo em que conversei com dafne! gostei bastante!

só faltou dizer que ela tem um quê de amélie... :)

;*

Leandro Colling disse...

Tb gostei muito do texto e, como todos, vai muito além da descrição. Mas tô gostando mesmo assim.

Daphne Carrera disse...

Sou suspeita pra falar já que sou quem você descreveu...mas mamy's disse que nunca viu uma descrição tão fiel...hehehe!!!
Ela adorou o texto falou pra te parabenizar...e disse que vai imprimir pra ela...tudo bem..é coisa de mãe!!!

hauahuahuahuahuah!!!

;)