Há quase dez anos, morei com meus pais e minha irmã no Rio Grande do Sul.
Minha casa, vista logo de cara, não era comum e despertava o interesse das pessoas que passavam pela minha rua. Dividida, literalmente, ao meio, era somente em uma metade que eu morava. A outra pertencia a outra família. Dois jardins, duas entradas, uma casa. Vista de fora, parecia pequena para ainda ser dividida ao meio, mas, olhando por dentro, via-se que não.
Nossa parte da casa era incrivelmente linda. Seu estilo rústico acabava dando um certo charme, mas um cômodo tinha uma beleza a mais, nossa sala era repleta de objetos antigos onde tudo era de madeira bem escura, desde as mesas até as estantes, cadeiras, sofá, etc.
No centro encontrava-se a televisão de 29 polegadas e o videocassete que fazia a alegria das nossas tardes semanais. Os restos dos móveis eram distribuídos ao redor dela.
À frente da televisão, ficava encostado, na parede, o sofá. Só havia um, mas era bastante grande. Ao seu lado, uma poltrona e duas cadeiras acolchoadas completavam o ambiente.
Na lateral esquerda, uma enorme estante de madeira, uma mesa de jantar para seis pessoas e uma radiola completavam o espaço vazio. A estante continha diversos objetos colecionados por meu pai, como bonequinhos de chumbo, além dos porta-retratos, uma caixa de charutos e até um lampião. A radiola, que ainda funcionava, vinha acompanhada de uma coleção com mais de 70 discos dos cantores e bandas famosas, que iam desde Roberto Carlos até Chiclete com Banana.
Nos cantos laterais, dois objetos chamavam a atenção dos visitantes: dois relógios. Em um, podia-se ouvir as doze badaladas reproduzidas pelo grande pêndulo que ficava atrás do vidro quando o relógio marcava meia noite. No outro, eram os famosos pássaros que saiam de suas casinhas de madeira, fazendo o famoso "cuco" para avisar o horário.
Além dos relógios, um telefone da década de 50, que ficava ao lado do sofá, decorava a casa. Preto, com fio e ainda com discagens rotatórias, o telefone ainda funcionava, reproduzindo um barulho bastante alto quando alguém ligava.
O piso era de carpete, muito utilizado pelos gaúchos devido ao frio que faz no inverno. Nas paredes, diversos quadros preenchiam o ambiente bastante decorado.
Esse lugar nunca vai ser esquecido por mim.
6 comentários:
acho que é isso que Leandro quer.. está bem legal..mas cansa um pouco essa descrição contínua.. deu pra imaginar legal como era a casinha rustica =)
Obrigada pelo toque Arysa.
Próxima vez cuidarei para que isso não aconteça...
Ainda bem que deu pra imaginar um pouquinho como era o ambiente!!!
Valeu!
Verena,
Seu texto está ótimo, eu consegui imaginar bastante sua casa que devia ser uma delicia...assim como casa de vó...apesar de exigir de mim umas duas leituras por causa das mil descrições e paradas significatifas para ir arrumano as novas descrições com as das linhas anteriores....mas como Arysa disse acho que foi exatamente isso que Leandro pediu, eu é que não estou muito acostumada mesmo a esse tipo de leitura!
Valeu Daphne!
Eu só achei depois que ficou meio parado mesmo... Monótono, mas da próxima vez vou melhorar isso.
Obrigada!!!
tem descrição, para não ficar monótono, só com descrições físicas, é preciso usar mais as sensações do lugar
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