Carlos José Costa Correia

Danutta Rodrigues

Eram 18h25 e, mais uma vez atrasado e com um sorriso no rosto, Carlos José entra na sala de aula do primeiro semestre de Jornalismo da Faculdade Social da Bahia acompanhado por dois amigos que eu já conhecia. Foi ali que tive o primeiro contato visual com o moreno de aproximadamente 1,70 de altura, 70 kg, sempre acompanhado da sua bolsa preta transpassada e um guarda-chuva à tira colo.

Com seus 23 anos e dotado de um humor extremamente inteligente e, às vezes, sarcástico, Carlos mantém uma postura responsável que faz jus aos óculos que usa. As suas lindas covinhas, que aparecem quando solta uma gargalhada ao ouvir alguma besteira, acompanham o vasto sorriso que possui e que não cansa de exibir mesmo depois de um dia estressante na escola pública onde trabalha, no bairro do Nordeste de Amaralina.

Sua personalidade forte não acompanha o físico modesto que ele mantém no seu dia-a-dia. Apenas se exercita nas suas idas e vindas do trabalho pra faculdade, da faculdade pra casa. Com o seu inseparável relógio digital, com números grandes, no qual, às vezes, pesco as horas, Carlos conta os minutos para o fim da aula. Já cansado, sempre sai apressado para chegar em casa e descansar para mais um dia cheio. Sempre de barba feita, salvo algumas exceções dos dias em que não tem muita paciência, Carlinhos, apelido carinhoso com o qual o chamo desde que nos conhecemos, vez ou outra aparece com seu casaco amarelo charmoso que, junto com o velho e amigo jeans e seu tênis chinês, compõem o figurino característico que usa na Faculdade.

Cheiroso, educado, cortês e com uma fala mansa, pausada, sempre tem uma observação inteligente e engraçada para comentar durante as aulas que nem sempre o interessam como ele gostaria. O Carlinhos é assim, interessante, carinhoso, gostoso e com um sorriso lindo. Mas ele tem um defeito: é comprometido, afinal, ninguém é perfeito!