domingo, 9 de setembro de 2007

Minha casa de praia

Gabriela Marotta
Fechando os olhos, envolvido por um embalo aconchegante e sentindo o vento resultante do vai e vem do balanço de uma rede, é onde o corpo descansa e a mente viaja acompanhada da trilha sonora de passarinhos de espécies variadas e o barulho do rio que corta o quintal. Quando os olhos tentam abrir, mesmo com tantos convites insistentes a ficarem fechados, vê-se logo a casa com aparência rústica, por causa da ausência de reboco, as paredes, mesmo pintadas, maltratadas pelo tempo e pela maresia vinda do mar que fica a 500 passos dali.
A casa, com três quartos, uma cozinha, uma sala e uma varanda onde se penduram as redes, em Imbassaí, a 100 km de Salvador, é longe o suficiente da agitação urbana e um ótimo lugar para uma reunião entre a família e os amigos.
Durante o dia, o churrasco, um banho de piscina e alguns mergulhos no rio do fundo da casa. Logo em seguida, é a vez de sentir gosto das “miniaturas de goiaba”, os araçás e o sabor doce e grudento das mangabas que se oferecem nos pés o ano inteiro. Há quem prefira ir à praia, enfiar os pés na areia, atravessar o rio e finalmente chegar ao mar. Entre mergulhos e pedidos a Iemanjá, o sentimento de “alma lavada” é o que coroa o final da tarde.
A noite começa com o som das cigarras (em tempo frio) e dos grilos. Quando o dia finalmente vira noite, as estelas surgem brilhantes, aos montes, como não se vê nas cidades. É exatamente nessa hora que as cadeiras são postas na varanda e olhar para o céu se torna inevitável.

2 comentários:

Alice Coelho disse...

Pela descrição que a Gabriela fez, imaginei um "recanto", um lugar de aconchego.

Leandro Colling disse...

Muito bom, transporta o leitor para o local.