terça-feira, 23 de outubro de 2007

Atenção!!!

Pessoas ACM neto vai participar de uma palestra aqui na faculdade na sala 00 no mesmo dia de Imbassay. Pode acontecer um desconforto por causa dos espaços. Imbassay pode ficar aaborrecido por ter sido colocado naquela sala enquanto ACM neto esta no auditorio.

Outra coisa acabo de ficar sabendo que Leandro vai nos deixar! Estou muito triste! Perderemos um excelente professor!
Leandro fico feliz pelo seu sucesso lá fora. Desejo felicidade! Mas estou triste pq perderei um professor nota 10000000000.........................................
Fica C/ DEUS!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Minha análise sobre a tal "crise"

Escrevi um texto sobre a tal "crise na cultura" da Bahia. Interessados cliquem em http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=455JDB006
Comentem, aqui e/ou lá. Mandei o texto para o A Tarde, mas até hoje não foi publicado.

Aproveito para avisar os turistas que amanhã (quarta, dia 17) todos devem ir no Café Com Prosa, a partir das 18h30min, na Sala de Arte de Cinema da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Pavilhão de Aulas do Canela. Vejam detalhes da programação em http://www.fsba.edu.br/

Próxima semana teremos semana acadêmica. Por isso, em sala, voltamos a nos ver dia 29, na entrevista com Imbassahy.

Entrevistas Confirmadas!

Olá Turma!

29/10 (segunda-feira) - Antônio José Imbassahy da Silva, ex-Prefeito de Salvador;

31/10 (quarta-feira) - Rita Batista - Jornalista, apresentadora da Tv Aratu e Rádio Metropóle.

domingo, 14 de outubro de 2007

O Centenário de Canô

POR DANUTTA RODRIGUES

Fazia sol. A manhã do dia 16 de Setembro de 2007 se anunciara repleta de luz e significados para uma das figuras mais ilustres do país. A celebração de mais um ano de vida para Dona Canô emocionou “Velosos”, “Silvas”, “Santos”, e todos aqueles que admiram e fazem parte da vida da mais nova centenária do Brasil. Nada mais característico para essa Senhora de estatura baixa, cabelos brancos, óculos de grau e uma vestimenta simples, na maioria das vezes de cor branca, do que a comemoração do seu aniversário numa igreja. E não podia ser outra: A Igreja de Nossa Senhora da Purificação. Rodeada pelos seus filhos naturais e emprestados, Dona Canô teve a grande emoção no seu dia, além de todas as quais já estava passando, que foi a presença da imagem de Nossa Senhora da Aparecida na missa de celebração do seu aniversário. Naquele momento Canô não podia pensar em mais nada, era tamanha a sensação de felicidade que transparecia no seu semblante calmo e ao mesmo tempo ansioso por todas as surpresas, que contagiou todos àqueles que tiveram a honra e o carinho de prestigiar a centenária mais famosa da Bahia e do Brasil. Ao ser perguntada sobre a receita de chegar a essa idade com tanta firmeza, a Senhora Veloso disse: “o segredo para chegar aos 100 anos é procurar ser feliz!”.
Gilberto Gil, Regina Case, entre outros famosos presentes na festa deram depoimentos sobre a importância dessa Senhora cheia de vida e de luz. Seus filhos Caetano e Bethânia, emocionados com mais uma primavera da sua mãe, também compunha o cenário do aniversário do ano, em que a estrela era Claudionor Viana Teles Veloso, a Dona Canô, dona de uma sabedoria carimbada pelos seus 100 anos de vida.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Sobre Rita Batista:

A apresentadora e produtora Denise Magnavita assumiu a gerência comercial da Rádio Nova Salvador FM depois de atuar alguns anos na Metrópole. (http://www.bahiaja.com.br/noticia.php?idNoticia=2309 em 01/06/2007 ) Leva consigo para a emissora seu programa sobre comportamento que era apresentado na Metrópole com Rita Batista. A proposta de Denise é levar, consigo, a apresentadora da TV Aratu, mas, ainda não está definido.
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http://www.tvaratu.com.br/programas/aratunoticias1ed.asp
O Aratu Notícias tem como princípio o direito do telespectador à informação isenta e o jornalismo como instrumento de cidadania, através de uma cobertura imparcial dos fatos, sem distorções. O jornal se pauta pelos interesses da comunidade.
O Aratu Notícias 1ª edição mostra reportagens de utilidade pública e serviços, abordando temas como os direitos do consumidor, concursos, a questão ambiental e os serviços disponibilizados por órgãos públicos e instituições não governamentais. Com mais um diferencial: a arte. Cinema, teatro, música e artes visuais recebem apoio através da divulgação.
O Aratu Notícias 1ª Edição é exibido de segunda à sexta sob o comando de Rita Batista e Luana Brito
cantor sertanejo, Daniel, esteve nesta segunda (20) nos estúdios da Aratu e participou de entrevista no Aratu Notícias 1ª Edição, com a apresentadora Rita Batista,

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Aí vem elas: http://www.youtube.com/watch?v=M2XvIvyEPt0 na lista há alguns vídeos, inclusive, do jornal com Mário Kertesz.

Comunidade no orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=5414673

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Endereço da comunidade do orkut: Fãs de Rita Batista - http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=11288646

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O domingo do sambão

Jaqueline Barreto



Domingo. Sol forte e brilhante. Aproximadamente às 15hs, acompanhada por minha irmã e minha colega, fomos curtir o domingão. O motivo da festa? Dançar aquele autêntico sambão. Depois de descermos uma ladeira, de assustar qualquer adepto dos esportes, chegamos lá. Minha irmã se assustou ao dar de cara com o lugar.

- Ai, meu deus aonde eu vim me enfiar! Que lugar é esse?

Era na verdade uma espécie de laje. Diferente dela, me sentir atraída pelo local. Afinal de contas, um sambinha tem tudo a ver com um espaço mais rústico, digamos, que mais popular.

- Relaxe! O que importa não é aparência física do lugar, e sim o clima da festa. Se você queria ir para uma festa socialite, quem mandou vim atrás de mim? Pestanejei, pois é de extrema imprudência uma pessoa opinar sobre algo, que na verdade não conhece ainda.

Na frente da casa do samba formava-se um aglomerado de homens em ritmo de muita cerveja e animação. Claro que ao lado dessa balbúrdia não poderia faltar um carro com som alto, do tipo “pagodão”. Todos estavam envoltos por uma áurea de intensa alegria e agitação. E como não poderia ser diferente, as coreografias mais típicas desse estilo musical, roubaram completamente a cena.

Corpos avantajados e fortes. Braços largos e repletos de músculos que demonstram o exercício físico constante. A platéia na sua maioria do universo masculino, fazia passos e mais passos, que nos remetiam a uma série de idéias exóticas. Todos estavam envolvidos pelo clima de bagunça e distração.

E ao entrar no lugar realmente do show, a mesma atmosfera continuara. Mesas de madeira, coqueiros, baiana vendendo acarajé, e um pequeno palco compunham a paisagem. Aquela sensação de calor humano e animação contaminavam completamente o ambiente. Todos envolvidos no ritmo da folia. Como de costume, rodas e mais rodas de samba se abriram para venerar a musicalidade do recôncavo baiano.

E no meio dança, a normalidade da festa foi por alguns minutos interrompida. Minha colega que estava mais pra lá do que pra cá, resolveu bancar a dançarina.

- Jaqueline, você já viu onde está Ana?

-Como assim?

-Olhe para o palco que você vai vê.

-Não acredito que ela teve essa coragem! Como pôde subir no palco e começar a dançar igual a uma dançarina de pagode?

-Essa Ana realmente não tem jeito!

Todos pararam para vê minha colega e o dançarino da banda com as maiores coreografias. As risadas foram tantas que eu e minha irmã quase que tivemos que ir ao banheiro. Não conseguíamos acreditar no que estávamos vendo. Foi realmente mais engraçado do qualquer piada ou qualquer encenação teatral. E assim deixamos que a cerveja gelada e aquele sambinha gostoso comandassem a nossa tarde de domingo.

Cem anos de história

Jaqueline Barreto

Cidade do recôncavo baiano. Arquitetura colonial. Ruas e paisagens que nos remetem à época do Brasil colônia. Na cidade de Santo Amaro, a 100 km de Salvador, uma aglomeração de pessoas se forma. Todos estão ansiosos para poder parabenizar e contemplar a matriarca da cidade. Pessoas de vários cantos do estado e das mais diversas classes sociais estão presentes na comemoração do centenário, da maior representante do recôncavo baiano, Dona Canô.

Artistas consagrados do estado como Gilberto Gil e Margaret Menezes marcaram presença. E como não poderia ser diferente, políticos de distintas agremiações partidárias, também foram prestigiar a mãe da família Veloso. Roupa branca, cabelos grisalhos, estatura baixa e aparência dócil avisam que a rainha da festa acabou de chegar.

Dona de uma serenidade singular e de um respeito invejável, a comemoração do centenário da representante do recôncavo baiano, simboliza um poço de história e cultura. Nascida em um local que há muito tempo foi referência da economia da região nordestina, sempre esteve preocupada em beneficiar a população local. Com cerca de aproximadamente 60 mil habitantes, Santo Amaro da Purificação tem muito que agradecer a velha Dona Canô. A revitalização do Rio Subaé e a construção de um teatro servem para demonstrar a garra e perseverança dessa mulher que carrega cem anos de história.

Na missa em sua homenagem aplausos e momentos de emoção não faltaram. A cerimônia comandada pelo arcebispo Dom Geraldo Magela, era uma mistura de fé e emoção. Sua filha e consagrada cantora, Maria Bethânia, não hesitou em lhe cantar uma música, repleta de carinho e emoção. Todos estavam envolvidos por um clima de contemplação e alegria. Afinal de contas, a comemoração de cem anos de vida é para alguns poucos guerreiros.

Medo do desconhecido

Andréa Silva

Em janeiro de 1980 eu ainda era uma menina.Garotinha do tipo atrevida, rostopintado de sardas, nariz empinado, e uma boca miúda incapaz de esconder osdentes pulados para fora, como os de coelho. O cabelo parecia tirado deespiga de milho - era o que diziam as minhas amigas.Meu corpo era magrelo,fiquei assim até os dez anos. Depois da adolescência, não tive mais o prazerde exibir um físico impecavelmente esguio.Os médicos costumam dizer que ascélulas gordurosas têm memória, eu acho que eles estão certos.Quando entreino final da adolescência comecei a engordar e passei a entender o que é otal efeito sanfona; engorda e emagrece, culpa da memória das minhas,famigeradas células adiposas. Mas tudo bem, os meus quase 35 anos detrajetória de vida, acumulam valores muito mais importantes do que aestética "perfeita".
Considero a simplicidade um dos mais ricos ensinamentos que recebi lá emcasa. Ah! Quanta saudade da minha casa! São as minhas raízes que me engrandecem.
Eu nasci em Itabuna, cidade do sul da Bahia, que ficou conhecida a partirdos anos cinqüenta, no Brasil e no mundo, por causa da produção de cacau, fruto de ouro, símbolo de riqueza e poder. Até meados da década de oitenta,Itabuna foi a maior exportadora de cacau do país. Toneladas de sacas comsementes saiam dos armazéns para vários países da Europa.
Na década de oitenta, o surgimento de uma praga agrícola, chamada "Vassoura deBruxa", destruiu quase toda a produtividade da região cacaueira. A doença ataca a flor do cacau, de onde nasce a fruta. A Vassoura de Bruxa se espalha com muita rapidez, e, por isso, milhares de pésde cacau tiveram que ser destruídos. Plantações inteiras foram dizimadas. As árvores eram incineradas na tentativa de matar a doença. A mais recentetécnica usada para recuperar a produtividade é a chamada clonagem de cacau.Os agrônomos fazem enxertos para nascer brotos resistentes à doença.
Meus avós maternos foram empregados de uma fazenda de cacau até o ano de1965. Vovô Sergipe - era assim que chamávamos o velho Ariovaldo Dantas - cuidava da plantação e dos animais. Em troca, ganhava alguns tostões, além defrutas e hortaliças que podia vender na feira da cidade mais próxima, nosfins de semana. As barracas montadas nas feiras garantem parte do sustento demuitas famílias na zona rural. Em Itabuna, cada bairro tem uma feira livre. A maioria funciona aos sábados e domingos. Os vendedores saem das fazendascom suas mercadorias na sexta-feira, à tardinha. Normalmente, toda a família viaja junta. Na "cidade grande" negocia-se alimentos para complementar a renda mensal.
Sou a filha do meio de uma família de três irmãos. Fui criada no bairro daMangabinha - sempre achei esse nome feio, mas me agrada saber que o bairro foi batizado assim por causa dos pés de mangaba. Eram muitos - nas esquinas, na praça do mercado e até nas ladeiras. A mangaba é uma frutinha doce que cai fácil da árvore, de porte médio, generosa na oferta de sombra. Os hectares de área verde sempre foram um destaque no bairro onde vivem famílias de classe média e pobre.
No ano de 1980, a Mangabinha, que sempreteve pouco prestígio entre as localidades da periferia da cidade, passou a ser o bairro mais próximo do aeroporto, o primeiro naquela região. Ter uma pista para pouso de aviões e helicópteros foi um marco no crescimento da região cacaueira. Durante duas semanas, carros de som circularam pelas ruasc onvidando as famílias para a festa de inauguração do aeroporto. Nas rádios - aliás, o rádio sempre foi o veículo de comunicação mais atuante no interior da Bahia, nesta época quatro emissoras funcionava em Itabuna e eu já acompanhava os programas com um gosto especial pela comunicação - os radialistas entrevistavam as autoridades responsáveis pelo aeroporto e divulgavam a programação do primeiro dia de pousos e decolagens. Nós ouvíamosaquelas notícias com muita expectativa.
Lembro-me do domingo de sol forte, estávamos no verão com temperaturas de até 32 graus. Entretanto, nada impediu a nossa peregrinação até o aeroporto. Era o dia da grande festa de abertura, a tão esperada inauguração. Uma trilha, dentro de uma reserva de Mata Atlântica, separava o bairro da Mangabinha doAeroporto Tertuliano Guedes de Pinho. Caminhamos cerca de quarenta minutos para ver um avião de perto, pela primeira vez. Naquele momento minha imaginação de menina foi longe: Como seria bom voar naquele "troço" enorme, que tinha asas como os pássaros, pensei.
Passei parte da infância e toda a adolescência vendo monomotores, bimotores e de vez em quando um avião maiorzinho no céu. Os grandes faziam um barulho insuportável e ao mesmo tempo agradável aos meus ouvidos. Eu olhava os aviões se perderem no horizonte e imaginava quem estava lá dentro. Só poderiaser gente "bacana" das terras do cacau. A maioria dos vôos que desciam emItabuna tinha como destino Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro.
Só quatorze anos depois que vi um avião pela primeira vez, tive aoportunidade de viajar em um deles e me sentir uma daquelas "bacanas" que povoavam a minha imaginação. Eu já não era mais uma menina. Há um ano, tinha saído de casa para morar em Salvador e trabalhar como repórter. Na capital tive o meu segundo emprego, a primeira experiência foi na TV Cabrália, onde trabalhei durante nove meses. Entrei nessa área por acaso, quando termineio curso de letras na UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz). Precisava trabalhar e não estava conseguindo nada nas escolas. Uma amiga me disse para entregar um currículo na TV. Marta me convenceu dizendo que eles contratavam pessoas com nível superior, para auxiliar a produção. Arrisquei e deu certo. Fiz o curso técnico de radialista, para não ficar clandestina na nova profissão.
Com um ano de reportagem, mesmo ainda sendo "foca", fui convidada para fazer parte da equipe da TV Itapoan, na época, retransmissora do SBT (SistemaBrasileiro de Televisão). Até 1997 a TV Itapoan, retransmitiu a programaçãoda emissora paulista. Hoje, o sinal é da Rede Record de Televisão, tambémcom sede em São Paulo.
Com poucos meses no novo emprego fui incluída na lista de profissionais que eram encaminhados à São Paulo, para passar um período no SBT. Uma espécie de reciclagem, que, no meu caso, funcionou muito mais como estágio.
A viagem foi anunciada pelo chefe de reportagem. Lembro-me que ele me entregou as passagens e fez milhões de recomendações. Pela expressão despreocupação e o tom de voz, muito calmo e repetitivo, o chefe deve ter ficado inseguro com a minha ida para São Paulo. "Será que essa moça vai nos representar bem, mesmo com pouca experiência?" ele deve ter se perguntado.
Ouvi todo aquele discurso em silêncio e tentando disfarçar a minha ansiedade. Eu estava apressada, queria voltar para casa e preparar as malas. Será que era um sonho?! Ir para São Paulo! Meu Deus, como será aquele lugar? Milhões de pensamentos me atormentavam. Uma papa-jaca (quem nasce em Itabunaé Itabunense ou Grapiúna, mas somos chamados de papa-jacas por adorar afruta, que também é típica daquela região - as jaqueiras eram plantadas paradar sombra ao cacau, que não é resistente ao sol forte) na maior cidade brasileira? Nossa, parecia mentira!
O grande dia chegou, só então eu percebi que estava nervosa. Acordei antes das seis da manhã. O vôo estava marcado para as 10 hrs. Por volta das oito,chamei um táxi. O motorista era um velho conhecido que ficava na esquina darua onde eu morava, à espera de clientes. A caminho do aeroporto de Salvador, que ainda se chamava Aeroporto Internacional Dois de Julho, senti as mãos frias, uma certa apreensão. Eu estava tão ansiosa que não conseguia nem conversar com o motorista, bem diferente das outras vezes em que precisei dos serviços dele. Aquele homem deve ter pensado que eu estava indo viajar por um motivo nada agradável. Ele chegou a me perguntar se eu ia visitar algum parente. Só não teve coragem de questionar se era alguém doente. Não deu para entrar em detalhes naquela hora: fui monossilábica, apenas disse"não".
Às dez em ponto, eu estava entrando no avião da Transbrasil, uma companhia aérea que durante muito tempo se destacou na aviação brasileira. A empresa posteriormente teve problemas financeiros. Dívidas, falta de crédito eo surgimento de novas companhias aéreas, sem passivo, provocaram a falênciada Transbrasil. Em dezembro de 2001, os aviões da empresa deixaram de voar.Eu ainda tive o prazer de viajar em uma aeronave luxuosa e grande. Muito maior do que os aviões que víamos no aeroporto de Itabuna.
Sentei mais ou menos no meio do Boeing 737. Ao meu lado, na janelinha, estava uma senhora. Com um sorriso largo e uma voz mansa ela me cumprimentou carinhosamente. Respondi com educação. Até fiquei contente em ter aquela mulher ao meu lado. Trouxe-me uma certa tranqüilidade, pelo menos naquele momento. Quando todos os passageiros já estavam acomodados, vi que a mulher colocou o cinto de segurança e me olhou como se quisesse dizer para fazer a mesma coisa. Ainda bem que foi fácil repetir o gesto de atar os cintos.
A decolagem do avião deixou minhas mãos suadas e frias, não tive coragem de olhar pela janela aberta. Nuvens passavam numa velocidade estúpida. Virei o rosto na direção do corredor e fiquei calada sentindo um frio na barriga, muito pior do que quando andei de roda gigante pela primeira vez. Ainda bem que a mulher ao meu lado não puxou conversa. Dentro daquele avião, eu nem imaginava que o pior estava por vir. E não foi uma turbulência que me colocou em situação de vexame nas alturas.
Já estávamos com uns quarenta minutos de vôo. As comissárias de bordo (ou são aeromoças? acho mais simpático) começaram a se movimentar com um carrinho levando bebidas e uma pilha de copos descartáveis. Quando chegaram perto de mim, uma delas perguntou o que eu queria beber. Pedi um suco. "Pois não!" disse a simpática mulher usando uniforme, com cabelos presos, e rosto muito bem maquiado. A aeromoça me entregou, junto com o suco, uma bandejinha com umas divisórias que pareciam marmitas descartáveis. Eu esperava receber apenas o suco. E agora? pensei. Fiquei com a bandeja no colo, com o suco em uma das mãos, sem saber onde colocar tudo aquilo.
A minha companheira de assento também recebeu a tal bandejinha. Ela agradeceu a aeromoça. As duas trocaram olhares. Foi sobre a minha inabilidade, tive certeza. Mas não entendi o porque.
A explicação surgiu como gesto da mulher que abriu a mesinha e colocou a bandeja no lugar certo. Fiz a mesma coisa, mas não tive coragem de dizer uma palavra sequer.
A vigem chegou ao fim no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na grande SãoPaulo. Eu estava tão envergonhada que apenas disse muito obrigada e até logo para a mulher que não sei nem o nome. Incrível, mas só ouvimos a voz uma da outra quando dissemos bom dia, ainda em Salvador. Sair daquele avião parecia o fim de um pesadelo, mas ainda passei por outras provações na maior metrópole brasileira, a terceira maior cidade do mundo perdendo apenas para New York e Cidade do México. São Paulo parecia aindamais gigantesca aos meus olhos.
Andando no aeroporto, puxando uma mala, eu procurava um táxi. Do lado de fora vi muitos carros com faixa na lateral e letreiro luminoso no teto. Eu caminhava em direção a um deles quando um homem bem vestido e falante, do tipo paulista esbanjando classe e educação, me perguntou se eu queria um táxi. Eu disse que sim e o motorista logo pegou a minha mala. Segui o homem até o estacionamento. Eu estava tão encantada e curiosa com toda a grandeza daquele lugar, que nem percebi que o local onde o carro estava não tinha fila de táxi, era um estacionamento comum. Entrei num luxuoso Tempra, com arcondicionado e som ambiente. O motorista perguntou para onde iríamos, jádando partida, como se não quisesse dar tempo para que eu desistisse dacorrida. Meio sem graça e com medo eu disse que queria ir para a RuaAugusta, centro de São Paulo. "Pois não, logo estaremos lá", respondeu otaxista. Comecei a procurara o taxímetro dentro do carro, não encontrei nenhum indício. Foi então que percebi que estava num táxi clandestino. Que roubada.
Maldita premonição do chefe que ficou em Salvador. Uma caipira em São Paulosó ia dar vexame mesmo. São Paulo tem cerca de 35 mil táxis autorizados pela Secretaria de Transportes da Prefeitura, mas eu entrei justamente num clandestino. Ainda bem que o motorista não era "ladrão", talvez um"bandido". Rodamos cerca de uma hora e meia, até chegar ao hotel onde minha reserva foi feita. O trajeto normalmente se faz em 40 minutos, quando não há transito, e não existia congestionamento naquela hora. No caminho o motorista puxou conversa, eu não tive como responder de tanto nervosismo. Passamos por várias e movimentadas avenidas, prédios gigantes, casasluxuosas...Na esquina da Augusta com a Alameda Franca o motorista me disse que estávamos perto. Que perto que nada, ainda rodamos uns vinte minutos. Passamos pela avenida Paulista, Consolação, Centro Velho, até que entramos novamente na Augusta. À aquela altura, o tal motorista já tinha perdido toda a sua elegância, pelo menos na minha avaliação. Um homem tão educado, como poderia ser um enganador profissional? Porque ele não disse a verdade? eu me perguntava. Até os meus pensamentos estavam tomados pela ingenuidade. Imaginase o tal motorista ia se aproximar e dizer:
- Bom dia! Sou dono de um táxi clandestino, a senhorita precisa de um agora?
Quando vi que estávamos na porta do hotel senti uma alívio, acho que nunca tinha experimentado tamanha sensação. Aquela horrorosa situação chegara ao fim. O dono do carro me disse, todo sorridente, chegamos, este é o hotel Brasilton. Como se não bastasse tudo o que já tinha feito, ele ainda me provocou com aquela conversa. O letreiro do hotel era imenso, de longe eu já tinha visto. Tive vontade de dizer a ele que ingenuidade deixa a gente burra, mas não cega.
Só quando percebi que estava a salvo tive uma atitude firme. Abri a porta do carro e irritada perguntei:
- Quanto foi a corrida? O senhor não tem taxímetro para deixar transparentes os seus serviços.
- Baratinho! O cínico ainda teve a coragem de dizer.
Paguei, em valores atuais, cerca de R$ 200,00 por uma corrida que sairia por R$ 130,00, no máximo.
Entreguei o dinheiro e disse ao cara que ele tinha me enganado. No mesmoinstante pensei: poderia ter sido pior.
O cara de pau do motorista sorriu e me desejou um bom dia. Tive vontade dechamar a polícia, mas faltou coragem.
Saí do táxi aliviada, aquela situação poderia ter sido pior. Duzentos reais não representam nada diante do que poderia ter acontecido. Foi o preço de uma lição, para nunca mais esquecer.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Entrevistas confirmadas!

17/10 (quarta-feira) - Rita Batista - Jornalista, apresentadora da Tv Aratu e Rádio Metropóle;
22/10 (segunda-feira) - Antônio José Imbassahy da Silva, ex-Prefeito de Salvador.
Obs.: 15/10 (segunda-feira) - José Medrado, Centro Espírita Cidade da Luz (a confirmar até o dia 10/10).

Perfil- Marcelo Prado

Gente,
Eu consegui falar com Marcelo Prado, comentarista esportivo e deficiente visual .. Ele aceitou e caso a turma concorde eu fiquei de retornar amanhã para confirmar com ele... No caso, seria para o dia 15 as 18h20 ? Se não concordarem, ou conseguirem confirmar os que foram votados ontem me diga também..

espero um retorno da turma!
beijos

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Metamorfose ambulante

Jaqueline Barreto

Cabelos castanhos e longos. Taís Bitencourt com seus aproximadamente 1,50m e olhos cor de mel lembra uma geração de muito Rock in Roll e adrenalina. De estatura baixa e corpo um pouco franzino, é adepta do guarda-roupa mais despojado. A velha calça jeans e umas blusinhas básicas, de preferência pretas, compõem o seu vestuário. Batom, sombra, sapato alto e acessórios femininos não fazem parte do cotidiano, dessa garota, que com 20 anos, defende um estilo de vida mais alternativo. O famoso jeitinho largado.

Dona de uma voz suave e uma aparência meiga, não esconde seu caráter eclético e diversificado. Passear pelos mais diversos ambientes sociais, é algo comum no dia-dia de uma pessoa que está em momento de descoberta pessoal. Cinema, Shopping Center, baladas e boates compõem os cenários percorridos pela garota pós-moderna. Identidade fixa e estável, não faz parte de uma vida marcada pela transitoriedade e mutação constante. O ser e não ser comandam o jogo.

Apesar de ter contato com pessoas das mais variadas origens e personalidades, afirma que o tipo patricinha, não lhe agrada muito. “Falo com todo mundo, só que tenho que assumir que não tenho muita afinidade pelas patricinhas”, destaca Taís, que através de um leve sorriso no rosto, e querendo passar uma imagem de democrática, assegura não ser contra esse tipo de garota.

Na hora de ouvi uma música o rock rouba a cena. Não importa se é nacional ou internacional o que interessa mesmo é ouvi as batidas da bateria. Pitty, Eve Lavine, Cássia Eller e Link Park, são suas opções preferidas. E regada a músicas agitadas e barulhentas, nada melhor do que comer uma bela lasanha. Se pudesse sempre teria a mesa recheada pelos pratos italianos. Se empanzinar de massa nunca é demais. Afinal de contas, quem não tem problema com os quilinhos a mais, pode abusar e aproveitar das delícias italianas. E assim continua Taís... Uma autêntica adolescente em sua fase de descoberta e transformação.

ATENÇÃO - URGENTE

PESSOAS, AINDA NÃO TEMOS ENTREVISTAS CONFIRMADAS. ASSIM, TODO NOSSO CALENDÁRIO VAI ATRASAR!!! A TURMA PRECISA RESOLVER ISSO LOGO.

LEANDRO

Entrevista - Não confirmada - Riachão

Olá turma!

Infelizmente Riachão está indo para a Europa amanhã, logo, não será possível a entrevista com ele.
Estou tentando falar com Paquito.

Andréa Silva

domingo, 7 de outubro de 2007

MAIS UM DIA QUE PASSA

POR LÍVIA MELO


São seis da manhã, sol iluminando todo o quarto com claridade impossível de continuar dormindo, abro o olho e logo começa a agonia do dia- a – dia. Tomar banho, café da manhã, se arrumar pra mais um dia, rotina constante. Às 06:30 tudo tem que estar pronto, deixo minha filha na escola, às vezes o marido no trabalho e saiu pra resolver minha vida. Todos têm que estar às sete horas em ponto nos seus devidos lugares, afinal chegar atrasado a aula ou ao trabalho não dá.

Às oito da manhã sou liberada para chegar a casa de minha mãe, leva-la ao mercado e ter paciência em passear por todas aquelas prateleiras olhando preços e ajudando nas compras. O mercado leva umas duas horas e meia e mesmo assim por eu tentar agilizar alguma coisa. Chegando a casa dela o tempo só sobra pra descarregar as compras, colando mais ou menos meia hora, porque ir a casa da mãe e não entrar seria um insulto, as queixas que filho hoje em dia não tem tempo pra nada é constante, mais se ela soubesse o corre- corre....

Quase meio dia, enfrentar outro percurso, pegar o marido no trabalho, filho na escola, em casa a comida já pronta é só esquentar, em fração de segundos um rápido banho, o banheiro nestas horas é o mais disputado. Conseguindo quase engolir a comida, já são exatamente 13:30 caminhando para as duas horas, corro para pegar uma carona. Agora os papeis se invertem, vou com ele até o trabalho, desço o plano inclinado do pelourinho e vou pra faculdade, tudo isso devido a periculosidade que se tornou o bairro que moro, andar só é sinônimo de assalto, então é necessário sairmos juntos e aproveitar a carona. Com esse tempo que me sobra até a hora da aula, aproveito pra colocar em dias meus trabalhos, Das 14:30 às 18:20 a biblioteca é meu lugar preferido pra pensar e organizar pesquisas e outros.

18:20 começa mais um dia de aula, quase sem pausa para um lanche, permanecer na faculdade até umas 10:40 isso é quase todos os dias, exceto segunda que tenho aula até às 20:00 horas e sexta que não tenho aula. Pego o ônibus rumo a minha casa, chegando por volta das 23:40, cansada tomo um banho e o sono é o que me consome, assim termina um dia cheio de atribulações, mais um dia que passa.

sábado, 6 de outubro de 2007

Sobre a Revista piauí

Olá pessoas. Leiam o texto no site http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=453IMQ006

Trata sobre a revista piauí, que está complentando um ano de vida e sucesso.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Entrevista ainda não confirmada

Sobre o perfil

Estou postando para avisar que ainda não consegui a pessoa que precisamos para entrevistar. Peço desculpas a todos, mas tentarei até sábado. Caso eu não consiga mesmo, posto novamente para avisar no sábado à noite.

Tâmara

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O cheiro do descaso

Andréa Silva

Um homem negro de estatura mediana, físico magro, mas com músculos visíveis por trás do uniforme de segurança. Na cabeça, um boné com a aba baixa, como se quisesse esconder o rosto. Nem precisava tamanha preocupação. As máscaras cirúrgicas, uma sobreposta a outra, deixaram à mostra apenas os olhos do vigilante que, por trás de uma vidraça, não foram capazes de revelar muita coisa.

O homem, que nega dizer o próprio nome, é funcionário do setor de Emergência do Hospital Roberto Santos, o maior hospital público de Salvador, mantido pelo governo do Estado. Lá são atendidos pacientes da capital e de várias cidades do interior. Naquela manhã de sexta-feira só se ouvia a voz do servidor público em tom de formalidade e intolerância.

- Não tenho autorização para deixar vocês entrarem, nem para ir até o balcão. A direção do hospital não permite. - diz o vigilante aos jornalistas que se apertam por trás da porta de metal com frestas de vidro.Repórteres seguram blocos de anotação, máquinas fotográficas, microfones e câmeras de televisão.

A denúncia de superlotação no setor de emergência do Roberto Santos, divulgada nos noticiários de TV exibidos nas primeiras horas da manhã, atraiu os principais veículos de comunicação de massa que retratam o cotidiano da terceira maior capital do país. Em Salvador, hoje funcionam apenas dois hospitais de grande porte capazes de atender a várias especialidades médicas, além de casos mais complexos e situações de urgência.

A Emergência do Roberto Santos, no bairro do Cabula, periferia de Salvador, tem capacidade para 75 pessoas. Na noite de quinta-feira, a direção médica calculou mais de 140 pacientes. Os primeiros a chegar conseguiram ocupar os leitos mantidos para observação dos doentes. Outros foram colocados em macas nos corredores do hospital.

Cada vez que a porta que dá acesso ao ambulatório se abria, mesmo se fechando segundos depois, era possível ver uma certa correria de enfermeiros e médicos.Muitos usavam mais de uma máscara cirúrgica.

Alguns acompanhantes dos pacientes também usavam máscaras e se comunicavam com os jornalistas através de gestos negativos. Em pouco tempo começamos a ouvir depoimentos assustadores.

- Meu pai tem 73 anos e está internado ai dentro há cinco dias. Ele chegou sentindo dores e precisa ser operado, até agora ele só foi medicado. Não fizeram nem um exame, diz o comerciante João Batista Brandão. Visivelmente abatido, com olheiras que parecem tomar toda a face, João Batista tira do bolso uma máscara cirúrgica que -Preciso disso quando passar por aquela porta entrando nos corredores da emergência. Lá dentro o odor é insuportável, tem um cheiro de coisa podre, desabafa o comerciante.



- Mas de onde vem esse mau cheiro? - pergunto ao homem com a certeza de que estava diante de fonte confiável, principalmente pela naturalidade como descrevia os fatos.

- No lugar onde o meu pai está têm várias pessoas com feridas abertas. Gente precisando amputar membros. Tem uma mulher que vai morrer, a perna dela está escura e o osso exposto. Hoje uma enfermeira tirou o curativo de um senhor que tem uma ferida grande no pé, vimos um líquido escorrer sem parar -.

- O senhor sabe porque essas pessoas não estão sendo atendidas? - pergunto, tentando descobrir porque aquele clima no hospital.

- Estão dizendo lá dentro que não tem cirurgião nem anestesista, eles não estão trabalhando porque não receberam salário.

Naquele momento, o tom de voz do comerciante era de indignação e revolta. Sentimentos compartilhados entre as dezenas das pessoas que voltavam para casa sem atendimento.

A dona de casa Maria de Lurdes saiu de Mar Grande, na Baía de Todos os Santos, com fortes dores no abdômen. Amparada por uma sobrinha, não passou pela triagem feita pelos recepcionistas.

- Eles disseram para procurar outro hospital, por falta de vaga. Só estão atendendo casos mais graves. Mas o caso dela é grave e não vou voltar para casa com minha tia sofrendo assim. Vou tentar outro lugar.

A jovem estudante caminha lentamente amparando a tia à procura de um táxi.

Num outro ponto da cidade, enquanto esperava a abertura de um evento oficial, o secretário de Saúde do estado, Jorge Solla tentava explicar, calmamente, o que não considerou um caos.

- Aquele é um hospital público e, por isso, é normal fazer triagem. Um paciente com mal estar simples pode procurar outro lugar. E, além do mais, novos profissionais da área médica estão sendo treinados para fazer parte do quadro de funcionários do Roberto Santos.

Enquanto o número de médicos e outros profissionais não muda, dezenas de pessoas são obrigadas a voltar para casa sem atendimento. Homens, mulheres pacientes idosos sentindo dores muito mais intensas do que os males físicos. Cada uma daquelas pessoas passou a ter impregnado no nariz o cheiro de descaso que incomoda igual a uma ferida aberta.