quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O domingo do sambão

Jaqueline Barreto



Domingo. Sol forte e brilhante. Aproximadamente às 15hs, acompanhada por minha irmã e minha colega, fomos curtir o domingão. O motivo da festa? Dançar aquele autêntico sambão. Depois de descermos uma ladeira, de assustar qualquer adepto dos esportes, chegamos lá. Minha irmã se assustou ao dar de cara com o lugar.

- Ai, meu deus aonde eu vim me enfiar! Que lugar é esse?

Era na verdade uma espécie de laje. Diferente dela, me sentir atraída pelo local. Afinal de contas, um sambinha tem tudo a ver com um espaço mais rústico, digamos, que mais popular.

- Relaxe! O que importa não é aparência física do lugar, e sim o clima da festa. Se você queria ir para uma festa socialite, quem mandou vim atrás de mim? Pestanejei, pois é de extrema imprudência uma pessoa opinar sobre algo, que na verdade não conhece ainda.

Na frente da casa do samba formava-se um aglomerado de homens em ritmo de muita cerveja e animação. Claro que ao lado dessa balbúrdia não poderia faltar um carro com som alto, do tipo “pagodão”. Todos estavam envoltos por uma áurea de intensa alegria e agitação. E como não poderia ser diferente, as coreografias mais típicas desse estilo musical, roubaram completamente a cena.

Corpos avantajados e fortes. Braços largos e repletos de músculos que demonstram o exercício físico constante. A platéia na sua maioria do universo masculino, fazia passos e mais passos, que nos remetiam a uma série de idéias exóticas. Todos estavam envolvidos pelo clima de bagunça e distração.

E ao entrar no lugar realmente do show, a mesma atmosfera continuara. Mesas de madeira, coqueiros, baiana vendendo acarajé, e um pequeno palco compunham a paisagem. Aquela sensação de calor humano e animação contaminavam completamente o ambiente. Todos envolvidos no ritmo da folia. Como de costume, rodas e mais rodas de samba se abriram para venerar a musicalidade do recôncavo baiano.

E no meio dança, a normalidade da festa foi por alguns minutos interrompida. Minha colega que estava mais pra lá do que pra cá, resolveu bancar a dançarina.

- Jaqueline, você já viu onde está Ana?

-Como assim?

-Olhe para o palco que você vai vê.

-Não acredito que ela teve essa coragem! Como pôde subir no palco e começar a dançar igual a uma dançarina de pagode?

-Essa Ana realmente não tem jeito!

Todos pararam para vê minha colega e o dançarino da banda com as maiores coreografias. As risadas foram tantas que eu e minha irmã quase que tivemos que ir ao banheiro. Não conseguíamos acreditar no que estávamos vendo. Foi realmente mais engraçado do qualquer piada ou qualquer encenação teatral. E assim deixamos que a cerveja gelada e aquele sambinha gostoso comandassem a nossa tarde de domingo.

Um comentário:

maria ísis disse...

"A platéia na sua maioria do universo masculino, fazia passos e mais passos, que nos remetiam a uma série de idéias exóticas."

não seriam... eróticas???
rs!

Jack, vc tem de ir no Sambão do Pela Porco. Tem de ir!

Beijos!