sábado, 15 de setembro de 2007

Acordar, que maravilha

Márcia Barreto

Sete da manhã, o despertador do celular tocou. Dei um toque e desliguei. Virei na cama e, depois de cinco minutos, ele despertou novamente. Percebi que não tinha jeito e levantei, ainda com muito sono. Corri para o banheiro tomei um banho frio, escovei os dentes, fui para quarto, coloquei a roupa, andei rápido até a cozinha, sentei na mesa do café, onde minha mãe já estava tomando o seu desjejum.

Conversamos sobre o dia de ontem. Ela, para variar, começou conversando, brigando, porque só durmo depois de uma da manhã. Adoro a madrugada no meu quarto. É o momento ideal para estudar, ficar sozinha, planejar o dia seguinte e depois de um tempo, lógico, dormir. Na tentativa de explicar o motivo, lembrei que foi meu aniversário e, até tarde, amigos e parentes estavam telefonando para desejar feliz aniversário – adoro o dia do meu aniversário, fico feliz, eufórica e cada ligação recebida festejo muito -, já que todos sabem que chego tarde da faculdade. Mas não houve jeito, ela insistiu que o mesmo acontece todos os dias e ela não acha certo. No meio da conversa terminei de tomar meu café, fui ao banheiro, escovei os dentes, retornei para o quarto, passei hidratante no corpo, com cheiro de erva doce, que me deixa relaxada e preparada para iniciar as tarefas diárias. Coloquei perfume, atrás das orelhas e no pescoço, com cheirinho de neném, adoro esse cheirinho.

Arrumei o material que usaria na aula de Redação III, peguei a bolsa, conferi os documentos – RG, carteira da faculdade, estojo - com lápis, caneta, borracha -, coloquei na mão e saí de casa andando bem rápido porque já estava atrasada.

Quando cheguei no ponto de ônibus, fiquei por uns cinco minutos e logo avistei o maluco “Gargamel”, que vinha andando pela Avenida Manoel Dias da Silva. Assustada, comecei andar para trás e ficar no meio das outras pessoas. Ele só ataca mulheres. Dizem que matou a própria esposa com uma pá. Recentemente, atacou uma amiga minha na porta de casa e, para sorte dela, o marido apareceu e entrou em luta corporal com ele. Se o marido não aparecesse, Gargamel teria matado ela, tamanha era a raiva e a agressividade com que ele foi para o ataque. O que me deixa indignada é que ele circula normalmente pelas ruas da Pituba, Amaralina, Nordeste, Santa Cruz e nenhuma atitude é tomada. Hoje, para minha felicidade e das demais mulheres, ele passou pela frente do Bradesco. Enquanto isso, as mulheres que conhecem ele tentam se proteger. As que não sabem de nada, ficam expostas ao perigo.
Logo em seguida, o bus passou. Por sorte, não estava cheio, o que me causou extrema felicidade, quando pensei não vou em pé. Entrei, sentei e o percurso foi feito sem nenhum problema, trânsito livre, ruas sem congestionamentos e, em quinze minutos, cheguei na faculdade.

Desci do ônibus, atravessei a rua olhando de um lado para o outro, para não ser surpreendida por nenhum motorista doido. Cheguei na porta do prédio central e fui informada que a aula seria na sala 309. Peguei o elevador e entrei na sala. Sentei em um computador e, na lousa, já estava a tarefa do dia. Comei a fazer e eis aqui o resultado do trabalho. Uma narração do meu acordar até chegar aqui.

Um comentário:

Leandro Colling disse...

já melhorou nas percepções, mas pode mais