quinta-feira, 13 de setembro de 2007

O que não faço pelo meu Vitória?

Yuri Barreto

Terça-feira, 11 de setembro, mais uma noite de agonias e agitações causadas pelo futebol.

Após a manhã e a tarde de exaustivos trabalhos, saio de casa às 18 horas em direção à faculdade. Nesse momento só consigo pensar em uma coisa, o jogo do meu glorioso e amado Vitória, que tem início marcado para as 20h30. Vestido com o uniforme, de cores vermelha e preta em faixas na horizontal, e acompanhado de minha mãe, que estuda na mesma faculdade, sento ao volante do carro. Antes de “bater” a chave, minha primeira atitude é ligar o som e, é claro, sintonizar a rádio que transmite o jogo, pois antes deste os comentaristas falam de suas expectativas sobre a partida. Daí parte a primeira reclamação da dona Ângela:

- Já vai começar a encher o saco com esse jogo? Não pode esperar para ouvir apenas no início?

- Você sabe que dia de jogo é sagrado, respondi imediatamente.

Não sabia ela que por minha cabeça passava a idéia de, mais uma vez, filar a aula para ir ao Barradão, estádio do Vitória.

No meio do engarrafamento, que enfrento todo dia até chegar à faculdade, o pequeno aparelho de cores preto e prata toca, é um dos meus companheiros de jogo, o Jorge.

- Man, e esse “Barradas” hoje? Perguntou ele.

- Tenho aula parceiro. Depois te ligo, respondi.

O Jorge já sabia que minha resposta curta era porque minha mãe estava ao meu lado e que eu daria um jeito de ir ao jogo.

Passei todo caminho em direção à faculdade pensando em que desculpa daria a minha mãe dessa vez, afinal, não consigo faltar a um jogo.

Chego à faculdade e aí entra a coitada da Arysa, a magrinha morena de cabelos escuros, que sempre é a escolhida para transmitir as desculpas à dona Ângela.

- Ryu, entregue a chave e o documento do carro à minha mãe e diga a ela que a professora passou um trabalho que eu já tinha feito.

Não precisava dizer a ela qual o motivo para eu filar a aula.

- Yuri, não faça isso. Se sua mãe descobrir que você filou todas essas aulas às terças para ir ao jogo, não sei não viu! - respondeu ela, com um semblante de preocupada.

Após o acerto com Arysa, vou à frente da faculdade, onde já estava o Jorge dentro do seu Gol vermelho metálico escutando meu som preferido, o samba.

Já em direção ao Barradão, mais uma inquietação me incomodava, o que falar para a dona Ângela assim que chegar em casa???????? Deparei-me, nesse momento, com a tarefa mais difícil da noite: construir outra história para acalmar a fera!!!!

2 comentários:

VouParaLua disse...

yuri me denunciou... espero que minha tia não leia!!!!!!!!
o texto está leve, bem construído e engraçado, mas ainda falta poesia, literatura... sei que é sua maior dificuldade, mas nada que ler clarice lispector não resolva.

Leandro Colling disse...

texto engraçado, e concordo com arysa, mas siga tentando