segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Recomeçar....

Reinaldo Oliveira

Segunda-feira, 10 de setembro de 2007.

6h: enfim, como toda segunda-feira lembra preguiça, já levanto cansado e sem coragem pra nada. O despertador toca, desligo e deito de novo, mas o choro do meu sobrinho me obriga a levantar e segurá-lo enquanto minha irmã prepara o seu mingau.
6h30: ih! Lembrei do pão. Droga! Tenho mesmo que ir à padaria. Não tenho alternativa, vou comprar o bendito pão e tomo meu café solitário, visto que a minha família continua gozando de seu belo e profundo sono. Ah! Como eu queria também estar naquela cama confortável. Caí na real e vi que já era pra eu estar no ponto.
7h28: vou para o ponto e, do alto da passarela, avisto meu ônibus. Corro feito um desesperado enquanto os outros pensam que sou ladrão, já que estou com a mochila na mão. Ufa! Cheguei no ponto, mas perdi o ônibus. A única alternativa agora é pegar duas conduções.
7h34: ôpa, Barra I, recomeça a batalha por um espaço no buzú lotado, como sempre parecendo uma lata de sardinha. Não tem outra opção, pego este mesmo. Encontro um espaço legal mas, ao levantar meu pé, oxi!? Cadê o espaço onde estava meu pé? Descubro que está sendo ocupado por outro passageiro.
7h58: finalmente chego ao Comércio e tive a sorte de encontrar uma cara que ia pagar inteira que passou com meu cartão pra me dar o dinheiro. Passo e, ao descer na praça da Inglaterra, vou para o prédio em que estagio e, pra variar, o elevador está quebrado.
8h04: chego ao nono andar e começa meu dia de operador de telemarketing. Enquanto call center da Rede FTC, atendo uma série de ligações de bolsistas do Prouni querendo saber respostas.
9h50: demorou. Tava com uma fome de leão. Saio pra um lanche básico e como dois sanduíches e tomo aquele cafezinho, afinal sou viciado em café.
10h: pô! Já?! Nem senti passar dez minutos. Tenho que entrar na sala de atendimento e ficar lá por mais uma hora e quarenta minutos (horário de meu segundo intervalo).
11h40: saio novamente com minha amiga Girlene e, desta vez, fico menos preocupado com o horário, afinal agora será vinte minutos de lanche. Coloco o papo em sintonia com Gil, nome carinho da minha amiga de lanche.
12h: hora de voltar ao atendimento e receber mais uma dúzia de ligações antes de sair para pausa três, na qual não acontece nada de novo.
14h: enfim, acaba o expediente. Vou para o ponto e pego outra vez um buzú lotado, já tá virando rotina na cidade tão louca como Salvador.
15h: chego em casa e vou almoçar, fora de hora, mas fazer o quê? Já faz parte de meu cotidiano. Estudo um pouco pra não cair na mesmice. Afinal, também preciso de leitura.
17h: me arrumo pra ir à faculdade. Não obstante, pego outro ônibus lotado, mas tive a sorte de ver uma negra gata que foi gentil e segurou minha mochila. Pena que ela desceu no Comércio. Adoraria conhecê-la. Pego um pouco de congestionamento e sei que vou me atrasar pra aula.
18h30: encontro com Marcele, porém rapidamente sou arrastado por Rafaela Anunciação, que diz: - vamos pra aula de Leandro.
18h34: inicio mais um dia de estudante pensando na quinta-feira, dia 13, afinal farei 21 anos e vou concluir mais um ciclo de minha vida.

4 comentários:

Aline Moita disse...

Amei Rei. Parabéns. bj

Alice Coelho disse...

Achei o texto do Reinaldo muito bacana. Só tentaria nao usar os horários em tópicos.

Reinaldo Oliveira disse...

Obrigado por gostarem. com oi comentário de vcs duas senti que estou no caminho certo. mas Alice, Leandro que sugeriu desta forma.

Leandro Colling disse...

Tem narração, mas tá pouco literário. Tente olhar para a rotina com outros olhos. Acho que o "não obstante" colabora pouco com o literário.