segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Um dia comum

Por Daphne Carrera

Acordei às 10h30 porque tinha ido dormir muito tarde, assisti três capítulos seguidos da série Heroes no computador e só fui para cama às 5h. Tinha combinado de almoçar com meu pai, então tomei banho, me arrumei e saí. Às 11h30 já estava a alguns metros do ponto. Quando meu ônibus passou, estendi a mão descrente que o motorista fosse parar, porém ele diminuiu a velocidade e parou um pouco mais à frente, corri e entrei agradecendo a ele por ter parado. Quando passei pela catraca não havia ninguém no ônibus, uma sensação estranha de solidão, era somente eu, o motorista e aquela música “ambiente” que eu nunca consigo identificar. Ficamos nisso durante uns cinco pontos, quando começou a entrar mais passageiros.

Às 12h20 cheguei ao Iguatemi, atravessei a rua e fui até a igreja gigantesca esperar meu pai passar de carro para me pegar. Ele nem precisou entrar no estacionamento, deu uma encostada e rapidamente me joguei no banco do carro, nenhuma buzina, sinal que estou melhorando esse meu desempenho. Chegamos no Atakarejo, supermercado em que ele trabalha e antes de irmos para o restaurante ele me fez uma rápida apresentação à “sua” nova loja (não tem nem dois meses que está trabalhando lá). Todo orgulhoso, como se me apresentasse um filho, falava de como era cada seção e como estava agora, também falava de suas novas idéias para cada uma. Depois do passeio ainda me apresentou a seus novos colegas e alguns representantes que eram seus colegas de antiga profissão, e estavam almoçando por lá. Dos novos, reações mais frias, o aperto de mão e o “muito prazer”, já dos colegas antigos, “Nossa! Como cresceu, dá última vez que a vi era uma menininha!”. Ai se os pais soubessem o quanto isso é chato. Finalmente às 13:30 estávamos almoçando, a comida do restaurante é uma delícia e tem bastante variedade. Fiquei feliz porque conversamos sobre seu trabalho e meu pai me pareceu muito satisfeito.

Terminamos e como ele só tem duas horas de almoço fomos logo para o carro, ele iria me deixar em casa. Antes disso, o convenci a passar logo no banco e pagar a mensalidade da faculdade, como não tinha vaga, eu saltei e entrei na fila. Minutos depois aparece meu pai com o maior sorriso “Achei uma vaga”, pra variar ele tinha parado em baixo de uma placa de proibido estacionar, olhei para ele desaprovando mas ao mesmo tempo sorri, isso era típico dele e estava feliz por ele estar de volta. (Tinha ido para Fortaleza e passou 2 anos morando lá).

Eram 15h quando ele me deixou em casa, nos abraçamos forte e eu subi. Fui diretamente para o computador fazer o exercício que Leandro, professor de Redação III, passou. Tinha que descrever um lugar e não poderia ser outro senão Itamambuca, praia que fica no litoral de São Paulo e conheci nas minhas férias de Julho. Digitava e apagava. O que passava pela minha cabeça não conseguia transformar em palavras, principalmente porque era um exercício descritivo e Itamambuca mexeu muito mais com meu espírito.

Às 17h tinha terminado meu exercício e começava a me arrumar para ir para Faculdade. Comi um pão, tomei um suco e desci para esperar o ônibus. Ele demorou mais que o normal e chegou cheio, o roteiro também demorou mais do que o de costume, logo depois de virar no Clube Espanhol pegamos um engarrafamento, que só fui entender depois. Parecia ter havido um acidente em frente ao Ondina Apart Hotel, só consegui ver uns homens de uniforme da Salvar. Levantei para puxar a cordinha com um nó na garganta: a possibilidade de ter algum ferido me provocava náuseas.

Um comentário:

Leandro Colling disse...

Muito bom, continue assim