quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Aventura no 6° Ecco Free Road

Rafaela Lima
Fui convidada por minha tia Claudia para participar da Ecco Free Road – uma trilha de carros 4x4 pra Chapada Diamantina – um grupo grande denominado comboio. Ao todo, eram 50 carros. A maioria dos participantes tinha apelidos e quem não tinha provavelmente passou a ter. Em nosso carro, além de mim (arco-íris) e Claudia (sem terra), estavam também Ana Paula (senhora) e Sefora.
Depois de ter passado a tarde e a noite na estrada, chegou o primeiro dia de trilha com destino a Gruta Lapa Doce. Acordei por volta das 8h, com Claudia batendo na porta do meu quarto e dizendo pra mim e Sefora nos arrumarmos rápido, pois tínhamos que estar às 9h no posto de Ceabra, cidade onde ficamos hospedadas. De lá, sairíamos com parte do grupo ao encontro dos restantes, que se encontravam hospedados em Iaraquara, e de lá iríamos para a Lapa Doce.
Tudo ocorreu certinho. Rapidamente tomei banho, me arrumei, tomei café e, logo em seguida, fui para o posto. Chegando lá, todos já estavam preparados aguardando o momento de ir rumo à estrada.
Assim que começamos a se deslocar por uma estrada de barro, já que a de asfalto era mais um tapete de buracos, não conseguia parar de pensar em todas as aventuras que estavam por vir. A comunicação, através do rádio, entre os componentes do comboio, era frenética. Todos estavam torcendo para que a chuva caísse e um lamaçal fosse formado, para que precisássemos usar todas as nossas forças para conseguir retornar, quem sabe, para a cidade.
Não demorou muito e chegamos a Iraquara e nos encontramos com o restante do comboio. Foi preciso demorar um pouco nesta cidade, já que tínhamos que abastecer a geladerinha: água, cerveja, refrigerante, energético, todinho, suco, gelo. Foi preciso também levar alimentos: salgadinho, biscoito, queijo, presunto, pão. Tá achando que estamos levando coisa demais? Não se engane, pois tudo ainda era pouco. Tentamos encontrar um frango frito, aqueles de tv de cachorro, mas nada feito. Assim, tivemos que pegar a estrada levando apenas lanches que, até determinado horário, iriam servir para matar a nossa fome. Toca a sirene de Urubu (quem guia o comboio) e todos entram nos seus carros e lá vamos nós.
Eu fiquei estarrecida com a beleza da Chapada. A partir da estrada, era possível ver o Morro do Pai Inácio e o Morro do Camelo. Sefora tentava tirar fotos com o carro em movimento. Chegou a pedir algumas vezes para Senhora parar o carro para assim tirar melhor as fotos.
Apesar da torcida para que o dia fosse chuvoso, o sol mostrou todo seu brilho, fazendo o frio na serra sumir. Ainda bem que isso não foi nenhum problema. O comboio já estava tomado pela diversão. A comunicação no rádio não parava um segundo. Era um perturbando o outro. Quando ninguém tinha o que falar, alguém inventava algo.
Durante o percurso, ocorreram algumas paradas para quem quisesse ir ao matinho fazer o que era preciso e aproveitar para fazer escambo. Isso acontece bastante. No nosso caso, então, como só tínhamos lanches, algumas vezes fizemos troca com Repetidora, que sempre leva farofas deliciosas com carne e calabresa.
Passaram algumas horas e chegamos ao local predestinado, a Lapa Doce. Procurei logo um guia e fui enchendo ele de perguntas sobre o lugar e tudo que havia de diferente para explorar enquanto estivéssemos ali. Após todas as explicações, foi exatamente o que fiz. Juntei-me a um grupo de jovens que faziam parte do comboio. Quando menos esperei, já estava fazendo amizade com vários outros componentes do grupo, todos com idades variadas.
Para conhecer a gruta, era preciso fechar um grupo com 13 pessoas e o nosso já estava completo. Minha tia e as amigas Ana e Sefora não quiseram ir. Eu, claro, me joguei com a cara e a coragem.
E fomos rumo ao desconhecido. O coração parecia que ia saltar do meu corpo, pois a descida chegava a quase 70 metros de profundidade, sem falar que, malmente, se tinha onde segurar e a “escada”, na verdade, era composta pelas pedras que, com o passar do tempo, foram se moldando. Ocorreu tudo bem e cheguei viva e inteira na entrada da gruta.
Levei a câmera fotográfica, que já se encontrava em minhas mãos. Também estava com uma lanterna, que peguei de um garoto que havia acabado de conhecer. O seu apelido era Panterinha. Dela não mais desgrudei. A deixei ligada quase o tempo todo.
O passeio por dentro da gruta foi maravilhoso. Aquela situação foi totalmente nova para mim. A era temperatura deliciosa. Dá para perceber o quanto somos pequeninos perante a mãe natureza e como é viver numa caverna sem iluminação. Cheguei a me sentir como nos filmes “Querida encolhi as crianças” e “Na era Paleolítica”.
O bicho voltou a pegar quando chegamos ao final, quando era preciso subir, mas sobrevivi e tudo terminou bem. Encantada com tudo que tinha visto, fui ao encontro das meninas para contar as novidades e mostrar as fotos que havia conseguido tirar. Depois, fomos comer algumas coisas, conversar com as pessoas.
Em outro momento, Sem Terra foi para o carro tirar um cochilo e eu Senhora e Sefora fomos conhecer o rio de águas cristalinas que fazia parte do cenário da Lapa Doce, só que em outra parte. A Tirolesa – uma corda de aço presa de uma ponta a outra do rio, chegando a 7 m de altura – se encontrava cheia de pessoas pulando a partir de um trampolim. Nós ficamos observando durante alguns minutos. Até Véio, que é um dos mais velhos do grupo, saltou.
Eu estava instigada a pular, mas a coragem me faltava. Fui ver a parte de mergulho. Voltei a observar a tirolesa e percebi que não tinha mais ninguém. Então, resolvi ter coragem para saltar. Ana me deu o maior apoio. Passei por todo um preparo de equipamento e psicológico. Eu cheguei até a ponta do trampolim umas três vezes e voltava com medo, dizendo que havia desistido, até que, na quarta vez, me joguei com toda a coragem. Deis dois gritos longos a ponto de fazer todos do lugar pararem para procurar de onde estava vindo todo aquele barulho. Foi espetacular!
Após o salto, me juntei aos rapazes Xuparino, Panteirinha, Tchutchuquiro, Duzentos e vinte e Aquárino. Depois, chegaram duas garotas. A aventura não parou por aí. Começamos a nadar pelo rio e um dos garotos me emprestou os óculos de mergulho e pude observar claramente a quantidade de peixes. A água era cristalina.
Os meninos me chamaram para nadarmos por dentro de uma gruta e eu, com minha gracinha, fui me pendurando em Duzentos e vinte já que, ao se aproximar da gruta, tinha uma monte de matinho. O passeio foi bem menos curto que o outro, não chegou a durar meia hora, mas parecia ter uma eternidade, já que o local era bastante apertado e escuro. Fora da água, ficavam apenas nossas cabeças praticamente prensadas entre as pedras. Em um momento, era preciso rastejar por uma pedra. Por sorte, era lisa e, até que enfim, a luz voltou e eu estava sã e salva fora da gruta. Depois disso, saímos da água e não demorou muito para que a sirene tocasse avisando que estava na hora de retornamos pra cidade onde estávamos hospedados.

Um comentário:

Leandro Colling disse...

Vários probleminhas no texto (vírgulas, grafia de palavras, mais no lugar de mas etc), compare a versão editada com a original. Tem narração, mas tá pouco literário, e olha que as tuas experiências foram ótimas para explorar neste sentido. Por exemplo: as sensação de conhecer o lugar praticamente não foram usadas. E eu conheço o lugar, por isso posso falar.