segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Devaneio

Tâmara Oliveira

Um grito preso... uma vontade de...

Ah! Sei lá. Hoje acordei assim. Cabeça confusa, pensamentos dispersos. Uma hora eu quero sair, noutra quero ficar quietinha no meu canto. E lá vem eles... pequenos burgueses. Mal sabem o que é viver. Será que tenho a mesma essência? Acho que não. Ou será que eu estou em crise?!

Às vezes sinto que não estou bem comigo mesma. Há uma série de ilusões, sonhos utópicos que me consomem. A revolta toma conta da minha alma e tento buscar a perfeição. O que há de errado com o mundo?!

Essa noite sonhei com uma mulher. Ela invadia meu quarto e num acesso de fúria puxou meu braço esbravejando algo. Nossa! Que aflição. Corro pro quarto do meu pai, tento pegar no sono novamente. O dia começa tão sombrio quanto o sonho.

Repensei várias coisas hoje. Será que foi um aviso do subconsciente?! Será um aviso de Deus?!
Subconsciente... Deus... Céu... Inferno... Pecado...

Suspiros no ar. Lamentações. O que foi que eu fiz de errado?

Acho que vou voltar a frequentar a psicóloga. Ou seria melhor visitar um psiquiatra?

O mundo me consome cada vez mais. Mas eu tenho aprendido a conviver com ele. Aprendi a ficar alheia à certas imposições. Aprendi a ser feliz sozinha. A solidão é a nossa melhor escola. Criamos um casulo e permanecemos dentro dele, esperando a grande metamorfose. Ah Kafka! Você tinha que surgir logo agora?! Mas não entrarei nesse mérito. O foco principal neste momento, por mais narcisista que seja, sou eu. EU, que vim ao mundo para escolher o que é melhor pra mim. EU que estou sempre em busca da minha felicidade. EU que posso ser o que quiser e devo ter minhas escolhas respeitadas por todos.

Pequenos burgueses, vocês não sabem o que fazem. Vivem em seus mundinhos cor-de-rosa, embriagados pela futilidade. Nunca vivenciaram a miséria, tentam disfarçar a solidão, sempre em busca de atenção e de amor.

Amor, palavra que se tornou tão efêmera quanto as roupas de marca e os Orkuts da vida. Mas que, no fim, é o que todos buscam para serem felizes. Os vários amores que me rodeiam me completam. Contudo, ainda falta algo. Um pedacinho de mim... alguém pra preencher o vazio.

É... acho que vou comprar um cachorro.

Um comentário:

Leandro Colling disse...

bom, tem fluxo, embora não seja dos mais radicais