segunda-feira, 10 de setembro de 2007

E o telefone não parava de tocar....

Rafaela Anunciação

Hoje, como de costume, acordei às 6h30. A chuva que caía não me deu muita coragem de levantar da cama pois fazia muito frio mas, como o dever me esperava, fui quase obrigada a sair do meu aconchego. Cheguei ao meu trabalho às 8h40 e quase caí quando olhei para minha mesa: tinha papel em todos os locais possíveis e imagináveis por alguém – só para explicar: minha chefe me deu folga desde quinta-feira e conseqüentemente emendei com o feriadaço – e para completar o telefone não parava de tocar, as solicitações eram uma atrás da outra e, sinceramente, não sabia qual atender primeiro. E-mails eu tinha um monte para responder. E da faculdade, então?!

Percebi que se não desse prioridade às coisas mais importantes não conseguiria sair no meu horário às 17h30, então tratei de me sentar e começar a organizar coisa por coisa, das mais importantes as menos: respondi e-mail, solicitei material de escritório, atendi o telefone, passei fax de alguns documentos, tirei dúvidas e atendi o telefone, tirei cópias, arquivei documentos, joguei muito papel no lixo e tornei atender o telefone. Nem me dei conta que o horário do meu almoço havia chegado, era exatamente 13h. Precisava ir ao banco fazer alguns pagamentos – estou sem a net lá em casa e no trabalho o acesso é restrito – e, sinceramente, me arrependi. Peguei uma fila enorme no Bradesco e outra maior ainda no Itaú, quase não deu tempo de almoçar.

Voltei ao meu trabalho atrasada 35 minutos mas, pelo menos, consegui fazer os pagamentos. Novamente e-mails para responder e telefone para atender e agora mais uma coisinha: tinha também clientes, acho que uns cinco.

Pagamentos e telefone e explicações e mais telefone e a hora de ir embora chegou que nem percebi – até gosto do meu trabalho mas receber esse batalhão de coisas, todas de uma vez , é demais para um dia – e lá vou eu correndo, nem deu para esperar o elevador; se páro perco o primeiro dos dois ônibus que preciso pegar para chegar na Faculdade. Consegui. No ônibus estavam algumas pessoas, caras que conheço outras que nem tanto. Numa das paradas subiu uma colega e eu não tava com saco de falar com ela – meu dia já tinha sido cheio demais e ela, até hoje, não descobri onde desliga – e acho que nem me notou, parecia entretida com seus próprios pensamentos. Meu ponto chegou e para conseguir soltar foi aquele processo, licenças e desculpas pareciam não ter fim. Finalmente, um ar novo e a porta de saída.

Esperei um pouco mais o segundo buzú e ele chegou cheio, pra variar. Um calor insuportável. Não entendo porque as pessoas fecham as janelas por causa de uma simples chuvinha. Cheguei na Faculdade, em Ondina, às 18h30min, mais ou menos, e atrasada na aula de Redação III, com o professor Leandro Colling, mas tudo bem, deu tempo de sentar e fazer o exercício do dia: narrar de forma ‘criativa’ o meu dia.

O que vai acontecer daqui pra frente, realmente não sei, a única coisa que me faz feliz é saber que quando chegar em casa – se chegar, claro – vou dormir e amanhã farei tudo outra vez, pelo menos o telefone tenho certeza que não vai parar de tocar.

Um comentário:

Leandro Colling disse...

muito bom o texto, tem um ritmo q leva o leitor até o final